É altura de olhar e analisar as duas melhores defesas ao longo da presente temporada da Liga Portuguesa de Futebol Americano...
Ao longo da presente temporada ninguém tem sido melhor a parar os seus adversários do que a defesa dos Crusaders e dos Devils. Quando todos os olhos se viram para a Figueira da Foz, quando no dia 17 de Junho de 2023 temos o embate entre estas duas equipas, olhamos para ambas as defesas e tentamos perceber o porque de serem tão especiais.
Linha Defensiva: Agressividade, Disciplina, Foco
Fundamentalmente estamos perante duas linhas defensivas muito diferentes, mas ambas repletas de excelentes playmakers e jogadores capazes de resolverem jogos apenas por si próprios.
Começando a nossa análise pela linha defensiva dos Crusaders, os elementos que mais se destacam são João F. Branco e João Miranda, ambos jogadores que alinham na posição de Defensive end. Ambos são jogadores diferentes, o Branco é provavelmente o melhor pass rusher em Portugal neste momento, utilizando a sua velocidade para se diferenciar dos seus oponentes e usa uma panóplia de técnicas e ferramentas diferentes para importunar os seus adversários. Já João Miranda é mais “seguro”, mais disciplinado, jogando dentro de um conjunto de competências que o tornam competente e altamente consistente.
Temos igualmente atletas como Sebastião Monteiro, João Inácio ou Otávio Maues que também contribuem e marcam presença nesta linha defensiva que é altamente competente, super disciplina e que em todas as fases da partida saber aquilo que tem e deve fazer para se colocarem numa posição de serem bem sucedidos.
Quando olhamos para o outro lado, fundamentalmente temos uma linha defensiva diferente. Uma linha defensiva que joga num registo mais “solto”, com maior liberdade de se lançarem e tentarem “caçar” o seu quarterback adversário.
Os principais destaques vão para Antoine Fernandez que apesar de não ser um full-time na posição, quando joga é em modo “full” e cuidado com ele. Complementado depois por Luan Arruda, conhecido por “Jacaré”, achamos que ninguém quer cair nas garras deste verdadeiro predador.
Posteriormente temos atletas como Arthur Nuciatelli, António Vaquina e, mais recentemente, André Gruninger que se têm destacado. Este último com uma das jogadas da temporada ao ter conseguido interceptar uma bola fantástica no jogo dos playoffs diante dos Salgueiros Renegades.
Ambas as linhas utilizam quatro jogadores, mas a defesa dos Crusaders permite maior versatilidade com mais jogadores a terem talvez um conjunto mais vasto de competências e valências.
Para nós, a vantagem vai para a linha defensiva dos Cascais Crusaders dentro deste encontro.
Linebackers: José Sarsfield vs David “Jardas” Martins
Quando olhamos agora para os linebackers de ambas as equipas, existem dois nomes que se destacam de todos os restantes.
José Sarsfield é o capitão defensivo e quarterback da sua defesa operando no centro da sua defesa e comandando todos os seus colegas para estarem nos locais certos. Com muitos anos de experiência, a respirar futebol americano, é um dos jogadores que mais temos em destaque para esta final e onde um bom desempenho será fundamental para o sucesso da sua equipa.
Do outro lado, David “Jardas” Martins, antigo atleta dos Cascais Crusaders, onde começou a jogar quando era um jovem, está com os Lisboa Devils desde 2013 e carrega o título de capitão desde essa altura.
Um jogador que tem sobrevivido ao tempo, que leva consigo três títulos de campeão nacional e continuar a ser uma presença fundamental para a sua defesa estar, e jogar, ao mais alto nível.
É por ele que passa também muito do sucesso da defesa dos Devils, com uma capacidade de interpretar e ler o jogo acima da média, será fundamental que esteja ao seu melhor nível para a defesa também o acompanhar.
E porque cada “batman” tem o seu “robin”, também destacamos Pedro Inácio do lado dos Crusaders e Jackson de Oliveira do lado dos Devils.
Pedro tem sido uma máquina de placagens e um jogador que constantemente está no sítio certo no momento certo. Jackson é uma “raposa experiente”, muitos anos de Futebol Americano no Brasil, jogador que tem conseguido contribuir quer a Linebacker quer a ser usado em determinados momentos na posição de Defensive end ao longo da temporada.
Olhando para os dois alinhamentos e aquilo que tem sido a temporada, a nossa vantagem dentro deste grupo posicional vai para os Cascais Crusaders que, na nossa opinião, juntando linha defensiva e linebackers tem o melhor front seven da competição.
Defensive Backs: Experiência contra Juventude
Olhando agora para os Defensive backs de ambas as equipas, achamos que será nesta batalha posicional que teremos a maios diferença de análise no que diz respeito a habilidade, capacidade e entrega.
A defesa dos Crusaders nesse aspecto tem atletas como Patrick Mussi, na nossa opinião o melhor safety da temporada em Portugal, tem João “Train” Marques, um dos melhores jogadores de futebol americano em Portugal, e depois atletas como Francisco Felício, um encaixe tremendo no sistema dos Crusaders, bem como Pedro Vicente um dos atletas mais subvalorizados em Portugal.
Isto tudo dá uma comunhão de atletas extremamente talentosos e que dão resultados, ao longo de sete jogos na temporada sofreram apenas oito touchdowns de passe, sendo que três diante dos Lions, dois diante dos Renegades, um contra Devils, Warriors e Navigators.
Quando olhamos para o outro lado o alinhamento que encontramos é de Leonardo Morais, que tem ganho papel e lugar nesta secondary, encontramos Afonso Lucas que é um dos jovens mais talentosos e que tanto pode jogar a conerback como safety, pessoalmente gostamos mais de o ver a safety, mas a cornerback talvez seja onde pode ajudar mais a equipa e depois o “Thor” dos Lisboa Devils, Felipe Franco que em todas as jogadas leva um martelo com ele.
Este alinhamento dos Devils é muito mais jovem, mais inconstante porque tiveram muito mais rotação ao longo da temporada, inclusive alguns jogos falhados por lesão, por exemplo Franco e Lucas ausentes do jogo contra os Lisboa Navigators, o que automaticamente mostra uma diferença defensiva na equipa de Lisboa.
A nota positiva, ambas as equipas estarão na sua máxima força nesta batalha posicional, mas o nosso destaque e vantagem vão de forma inequívoca para os Cascais Crusaders.
Já quando olhamos de forma mais macro para ambas as equipas, a defesa dos Crusaders sofreu 11 touchdowns, 8 de passe como mencionado, 1 nas equipas especiais e 2 de corrida sendo que um deles foi diante dos Devils.
A defesa dos Devils sofreu 13 touchdowns, 8 de passe e 5 de corrida sendo que no jogo com os Navigators sofreram 3 de passe num jogo onde tiveram ausência de 50% da sua secondary.
Com ambas as equipas a serem igualmente permeáveis no jogo de passe, será que o jogo de corrida poderá ser o factor diferencial para este alinhamento e embate entre as duas das melhores defesas da competição? Teremos a resposta no dia 17 de Junho!