Antevisão Final – Os treinadores podem decidir

Foco agora em Bernardo Solipa, Paulo Terrinca, Pedro Fernandes, Michael Van Epps e restantes treinadores...

Está na altura de olhar para os “homens ao leme” e perceber como foi o percurso de ambos até esta grande final a ser disputada na Figueira da Foz, entre Lisboa Devils e Cascais Crusaders.

Bernardo Solipa e os Lisboa Devils

Bernardo Solipa chega a esta final depois de ter sido ele a liderar os Devils nas últimas duas finais disputadas enquanto Treinador Principal, tendo ganho uma e perdido a outra.

Ao longo da época e agregando o papel de quarterback, treinador principal e coordenador ofensivo,  o trabalho de Bernardo tem sido desafiante. O papel que acaba por assumir junto da equipa é complicado, fica mais facilitado se o jogo no relvado tomar o rumo premeditado, seguir o desenho esperado, mas quando as coisas fogem a esse argumento, tudo fica um pouco mais complicado.

Uma das principais diferenças que encontramos dos Devils da temporada passada para esta temporada é, sem sombra de dúvidas, que os Devils conseguem ajustar muito melhor ofensivamente do que o ano passado. Era crónico na temporada passada que os Devils entravam na segunda parte a perder gás, com o pior desempenho de execução ofensiva a ser o primeiro drive da segunda parte, este ano a conversa é outra.

Bernardo tem um registo de 14 vitórias e 6 derrotas enquanto líder dos Devils.

Paulo Terrinca e os Cascais Crusaders

O Paulo Terrinca dispensa apresentações em Portugal, mais de 15 anos ligados ao Futebol Americano, esteve na criação da equipa dos Crusaders e antes disso já tinha relação com o nosso desporto.

Desde a 7ª edição da LPFA que assume a liderança máxima dos Crusaders, trabalhou com vários quarterbacks diferentes, mas foi com Matias Manuel que finalmente atingiu o seu objetivo máximo de ganhar um troféu máximo.

Nesta temporada mostrou uma sapiência, confiança, disciplina e pragmatismo na gestão do jogo, começou com jogos tremendos diante dos Lisboa Lions, em que teve chamadas de jogadas criativas, controlo de relógio e garantir a vitória.

Seguiram-se jogos dominantes diante Navigators, Renegades, jogos dos Mutts e num grande desafio com os Devils, voltou a revelar pragmatismo e capacidade de ajustar.

O jogo onde tiveram mais dificuldades ao longo da época terá sido contra os Warriors, mas mesmo assim, apesar de uma execução abaixo do habitual, a vitória acabou por ser uma consequência natural.

Enquanto líder dos Crusaders tem um registo de 38 vitórias e 16 derrotas sendo na realidade o treinador mais vitorioso em Portugal.

Pedro Fernandes e a defesa dos Devils

Pedro Fernandes, também membro da equipa do Tudo sobre Futebol Americano, é o líder defensivo dos Devils.

Assumindo a liderança da defesa, tem aplicado um estilo defensivo super ajustável e aos seus adversários e com rentabilização máxima dos recursos.

Os pontos mais fortes que identificamos é a capacidade de planear, pensar em bons planos de jogo e conseguir colocar a sua defesa em boa posição para ser bem sucedido. Reflexo disso são os 13 touchdowns sofridos, máximo de 21 pontos sofridos num jogo apenas, contra os Crusaders, sendo que nunca sofreram mais de 3 touchdowns num jogo.

O ponto mais frágil e que poderá ser explorado é o ajuste dentro do jogo, onde talvez por limitação de recursos, talvez por experiência na função, será onde a equipa dos Crusaders poderá ganhar alguma vantagem e será um duelo tremendo entre Pedro Fernandes e Paulo Terrinca.

Michael Van Epps e a defesa dos Crusaders

Michael Van Epps tem sido o líder defensivo dos Crusaders ao longo dos últimos anos.

Uma defesa muito sólida, dentro do seu sistema com dois safeties em profundidade, com grande foco em cobertura à zona, onde todos os jogadores sabem comunicar muito bem e sabem que parte do relvado é sua, qual a sua responsabilidade e aquilo que têm de fazer.

O seu ponto mais forte é mesmo esta compreensão do sistema, capacidade e disciplina que aplicou e tem na sua equipa, fazendo com que sejam a melhor defesa da competição.

O ponto mais frágil talvez seja o facto de um sistema com dois safeties em profundidade implica que o front-seven seja capaz de parar o jogo de corrida, se um plano de jogo ofensivo for paciente, conseguir colocar a bola a correr, pode levar a que a defesa dos Crusaders seja realmente desafiada e, sendo desafiada, algo que não são faz algum tempo, como vão reagir?

Outros protagonistas e os processos

Gostaríamos também de destacar outros protagonistas de ambos os lados, o treinador de linha ofensivo dos Crusaders, Hélio Figueiredo, é um nome incontornável e impossível de não destacar pelo trabalho fascinante que tem feito.

Também destaque a Zeljko Nesic, treinador da linha ofensiva dos Devils que igualmente tem feito um excelente trabalho no desenvolvimento e crescimento da sua linha ofensiva.

Por fim, também queremos falar das equipas especiais, componente importante do jogo onde apesar de nenhuma das equipas ter um coordenador de equipas especiais declarado, temos uma parte importante do jogo a passar por esta unidade.

Os Devils têm sido muito sólidos, raramente têm dado “erros” nesta componente do jogo, o acerto de Guilherme Solipa nos pontos extra e também de fieldgoal tem sido um registo extraordinário. 

Nos “Punts“, nos “Kickoffs“, o trabalho tem sido também ele muito sólido e capaz de ser algo que pode influenciar o jogo de forma positiva.

Já os Crusaders, apesar de alguma inconstância a nível de pontapés aos postes, Marcos Heleno tem assumido o protagonismo, mas mesmo assim deixando alguns pontos no relvado.

Nas demais dimensões das equipas especiais, em “Punts” e em “Kickoffs“, os grande protagonista tem sido Francisco Lory que tem ganho jardas e mais jardas dando excelentes posições no relvado para a sua equipa, algo que é importante os Devils pesarem e medirem de forma justa para evitarem problemas.

No entanto, olhando para aquilo que é para nós a principal diferença entre as duas equipas, são os processos e capacidade de gestão emocional, onde os Cascais Crusaders têm revelado serem melhor e onde achamos que essa é a principal diferença e onde damos a vantagem aos Cascais Crusaders apesar de nas equipas especiais a nossa vantagem ir para os Lisboa Devils.

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