O destino determinou que a “estreia dos Bulldogs”, equipa com novo nome mas na continuidade dos Lisboa Lions, fosse diante da equipa que mais próximo podemos dizer que viveu uma rivalidade com a equipa de Lisboa, os Salgueiros Renegades.
Na antevisão para o jogo ambas as equipas tinham disputado três jogos, cada uma venceu um jogo, havendo um empate, um equilíbrio que seria um sonho para o maior vilão da Marvel, Thanos.
Para este jogo havia a expectativa de ver o que ambas as equipas traziam, sendo que no arranque de temporada a nossa expectativa era de ver ambas as equipas a lutar por um lugar nos playoffs.
O jogo começou muito amarrado, ambas as defesas a terem maior preponderância na partida e o jogo de corrida a tentar ser a “arma” de ambas as equipas. Neste departamento os Renegades acabariam por ter alguma facilidade em mover a bola a nível interior, mas com maior dificuldade pela zona exterior fruto do bom trabalho de contenção da defesa dos Bulldogs.
A equipa dos Bulldogs ofensivamente apresentou um novo quarterback, o jovem André Braz, e com formações mais condensadas, com maior peso na zona interior do relvado tentavam correr a bola, mas sem grande sucesso. Algum nervosismo também associado resultou em dois fumbles nos três primeiros drives ofensivos da partida.
Seriam os Renegades a desbloquearem o resultado com um passe de Francisco Pereira, quarterback da equipa dos Salgueiros, que encontraria Vasco “mãozinhas” Pinheiro para um touchdown de grande efeito. O ponto extra não foi bem convertido depois de um mau processamento de jogo no “long snap”. (Renegades 6-0 Bulldogs)
Já no segundo quarto do jogo temos uma grande jogada defensiva pelo inevitável Sandro Lopes, uma intercepção que seria touchdown revertido depois pela equipa de arbitragem numa falta que não nos foi possível percepcionar no decorrer da jogada. O resultado deste drive seria um fieldgoal que embateu no poste, sem sucesso.
Ainda antes do intervalo temos novo touchdown por parte de Francisco Pereira que utiliza as suas pernas para “causar dano” na defesa adversária e capitaliza com novo touchdown. Os Renegades optam por ir para dois pontos e um passe rápido para Marcos Mitt deixa os Renegades à frente por duas posses de bola. (Renegades 14-0 Bulldogs)
Na segunda parte o jogo começa com uma decisão arrojada de Marcus Allex, treinador principal dos Renegades que encarnou o seu “Sean Payton” para começar com um “onside kick” a segunda parte, recuperado e nova posse de bola para os Renegades.
No entanto na segunda parte o jogo acabaria por ser muito mastigado ofensivamente pelos Renegades, conseguindo mover a bola mas nunca capitalizando com touchdowns, ficariam apenas com um fieldgoal no terceiro quarto, um super pontapé de Luis Perez. (Renegades 17-0 Bulldogs)
Já no último quarto teríamos finalmente os Bulldogs a aparecer ofensivamente e seria com Paulo “Sabonetes” Alves que teríamos o touchdown mais vistoso da partida quando numa excelente corrida pelos “tackles”, acaba por ser Moisés e separar o “mar vermelho” como é conhecida a defesa dos Renegades. O ponto extra seria falhado. (Renegades 17-6 Bulldogs)
A última pontuação do jogo chegaria numa má execução das equipas especiais dos Bulldogs que resultaria um safety para a defesa dos Renegades. (Renegades 19-6 Bulldogs)
Uma vitória justa para a equipa dos Renegades num jogo de muita fraca execução ofensiva por parte dos Bulldogs que têm ainda muito tempo para melhorar mas o relógio funciona contra eles, deixamo-vos o melhor de cada equipa bem como aspectos a melhorar segundo a visão do Coach….
Destaques pela positiva – Salgueiros Renegades
Jogo de corrida dos Renegades a nível interior foi muito positivo, o runningback Nuno Ribeiro mostrou boa capacidade de correr e ir ao segundo nível. Destaque individual ao Rui Reis na defesa dos Renegades que recuperou dois fumbles e é um dos jogadores talvez menos falados mas que mais joga em Portugal.
Aspectos a melhorar – Salgueiros Renegades
A proteção ao passe dos Renegades pela sua linha ofensiva é inexistente e um problema que vão ter de resolver. A defesa parece continuar com problemas emotivos, o touchdown sofrido no último quarto é fruto disso mesmo, demasiado gulosos e pouco racionais.
Destaques pela positiva – Lisboa Bulldogs
A defesa mostrou muito mais coesão do que em anos passados, em particular a secondary trabalhou muito bem, notava-se boa comunicação e respeito pelas coberturas que eram chamadas.
Aspectos a melhorar – Lisboa Bulldogs
Admito que tinha muita curiosidade de ver a evolução ofensiva dos Bulldogs mas vi foi um retrocesso. A mudança de quarterback claramente tem um efeito nisso sendo essa a aposta temos de dar espaço para ver a evolução do André Braz ao longo da época, no entanto isso muda toda a narrativa desta equipa e com base no que foi visto não são equipa de playoffs este ano.