Foi no passado dia 16 de Março que os Braga Warriors viajaram até à capital para defrontar os Lisboa Bulldogs num jogo que trazia expetativa, trazia pressão mas acima de tudo a esperança de que a vitória podia reverter o rumo da temporada de uma das equipas que começaram a época, ambas, com duas derrotas consecutivas.
Aquilo que vimos no relvado não foi um jogo muito bonito, a verdade tem de ser dita, nos 8 primeiros drives ofensivos do jogo, com 4 drives ofensivos para cada uma das equipas tivemos o seguinte resultado:
- 3 punts
- 2 intercepções defensivas (uma para cada lado)
- 2 turnovers on downs com as equipas a falharem conversões de 4th down
- 1 fieldgoal falhado depois de uma posse de bola na goaline por parte da equipa da casa
O jogo vivia algo cansado, com uma execução muito lenta pela equipa ofensiva de Braga e com uma execução muito pouco consistente pela equipa ofensiva de Lisboa. No meio disto tudo acabaria por ser a defesa do Warriors que iria capitalizar, seria o corrnerback Rafael Vilaça que conseguiria interceptar um passe de André Braz, a sua segunda intercepção do jogo, para depois correr sensivelmente 30 jardas para uma “pick six” e os primeiros pontos da partida, seguindo-se um ponto extra bem convertido.
Antes do intervalo as ideias ofensivas continuavam distantes, as duas defesas seguiam-se a superiorizar, quer impedindo mais conversões de 4th down, quer a defesa dos Warriors a conseguir mais uma intercepção.
O jogo ia para o intervalo com uma tentativa falhada de fieldgoal por parte dos bracarenses.
Na segunda parte podíamos pensar que o jogo ia mudar de registo, que iríamos ter ajustamentos, mas infelizmente o jogo teve o mesmo ritmo e continuou a ser lentamente executado, sem grande consequência e com os erros a fazerem-se pagar caro.
Tivemos 10 drives ofensivos na segunda parte, metade deles resultaram em punts, um deles acabaria por ser um fake punt bem executado pela equipa dos Warriors a capitalizarem com um offside das equipas especiais da equipa de Lisboa, sendo exatamente nesse drive ofensivo que os Warriors acabariam por conseguir marcar o seu único touchdown ofensivo do jogo num passe em profundidade de Tiago Ranhada para o widereceiver Rafael Pato, claramente o jogador mais rápido e diferenciado da equipa dos Warriors. O ponto extra seria bem executado e o conforto de duas posses de bola deu um registo mais tranquilo para a equipa de Braga que nem se sentiu no “dever” de arriscar muito mais.
Ainda antes do final da partida os Bulldogs tentaram esboçar uma reação mas os seus últimos três drives ofensivos terminariam em interceção e dois “turnover on downs” com conversões de 4th down não conseguidas.
André Braz o quarterback da equipa da casa terminou o jogo com quatro intercepções e ficou completamente feito “à brás” com sucessivas pancadas dando ainda espaço para termos Paulo Alves, habitual runningback, a executar algumas jogadas na posição, mas igualmente sem o sucesso desejado pela equipa da casa.
A traços gerais é um jogo onde fica difícil de esboçar uma reação final, muitos erros de ambos os lados, mas a defesa dos Warriors acabou por ser a unidade mais esclarecida em campo e o seu ataque, apesar de um momento de forma que me parece baixo por parte de Tiago Ranhada, cumpriu na segunda parte ao agregar pontos e a deixar os Warriors com esperança para o resto da temporada.
Destaque pela positiva – Braga Warriors
A defesa joga de forma consolidada, tem alguns playmakers nos três níveis (Manuel Seixas e Rafael Vilaça, por exemplo) e falham muito poucas placagens. As equipas especiais tiveram igualmente muito trabalho e executaram sempre de forma muito sólida merecendo também uma menção muito positiva.
Aspectos a melhorar – Braga Warriors
O ataque dos Warriors acho que foi o ataque mais lento que vi jogar este ano. Os jogadores no geral são todos eles lentos e juntamos a isso uma execução lenta nos processos mais básicos, tornando tudo muito mais complicado. O Tiago Ranhada vem de uma lesão no braço e claramente não está a 100% falhando imensos passes que no passado já o vi fazer de forma muito simples. Espero que possamos ver o melhor do Tiago daqui para a frente e que melhorem em aspetos de execução ofensivos.
Destaque pela positiva – Lisboa Bulldogs
A defesa jogou de forma física e muito em sintonia, nota-se que existe um bom trabalho feito ao longo do ano, já o tinha destacado noutro jogo da temporada e agora com mais “filme” para estudar é evidente que deram um passo em frente enquanto unidade.
Aspectos a melhorar – Lisboa Bulldogs
De forma geral precisam de trabalhar “nas pequenas coisas”. De forma mais objetiva, o ataque precisa de encontrar a sua identidade porque as peças estão lá, mas a execução e falta de consistência são os inimigos do seu progresso.
Fotografia: Line Up Network