Antevisão final LPFA14 com Bernardo Solipa

Estamos na semana derradeira da 14ª edição da Liga Portuguesa de Futebol Americano e fomos falar com Bernardo Solipa, treinador principal, coordenador ofensivo e quarterback dos Lisboa Devils.

Quisemos saber com o líder dos “diabos” sobre como viu a temporada da sua equipa, quais os pontos mais positivos, como encara esta final inédita diante dos rivais de Lisboa, e quais as suas expectativas para o encontro.

Pelo terceiro ano consecutivo os Lisboa Devils voltam a marcar presença numa final da Liga Portuguesa de Futebol Americano, o que representa estar novamente no jogo grande?

Tem sempre um significado importante para toda a equipa, no entanto, sabemos que é “apenas” uma etapa alcançada, para o nosso objetivo final, que é a vitória no próximo e, último jogo da época. Ficamos satisfeitos por chegar à final, mas ainda falta trabalho para ser feito.

Quando comparas este ano com os últimos dois anos, quais são para ti as principais diferenças que encontras dentro da equipa dos Lisboa Devils?

A maior presença nos treinos ajudou; a entrada de novos jogadores que trouxeram impacto e personalidade à equipa em certa medida; o fator de sermos mais um grupo/equipa e menos, um conjunto de pessoas que se junta a um dia do fim-de-semana para jogar um jogo; nada acontece sem um grupo, podemos ganhar jogos, mas é preciso trabalhar e melhorar para ganhar uma liga, não basta aparecer e, esperar que as coisas corram bem.  

Como olhas para o percurso da equipa ao longo da fase regular com 4 vitórias, 2 derrotas, 135 pontos marcados (melhor ataque) e 77 pontos sofridos (3ª melhor defesa)? Houve algum momento de “viragem” na temporada para a equipa?

Não acho que tenha existido um momento de “viragem”, acho que tivemos jogos melhores e outros piores, mas não acho que aprendemos a jogar Futebol Americano de um momento para o outro, a nossa inconsistência nas linhas foi algo que teve impacto de jogo para jogo, e por isso, talvez tenha havido a sensação de irregularidade da nossa parte. Contra os Crusaders, tivemos que colocar um dos nossos TEs a jogar OT o jogo todo, porque tínhamos ausências importantes na OL, tal como noutros jogos tivemos mudanças que não permitiu sermos regulares durante a época.

Quase que podemos dizer que os Devils andam numa “Viagem de Vingança” desde 25 de Maio. Eliminam os Crusaders dos playoffs no último jogo da fase regular depois de terem perdido as últimas duas finais, eliminam os Renegades dos playoffs que vos tinham vencido na fase regular e agora os Navigators… está presente esse sentimento de vingança na vossa preparação?

Não passa nada de vingança pela nossa cabeça. Queremos ganhar o jogo de qualquer das formas, fosse qual fosse o resultado da época regular contra os Navigators. Sinceramente, não me passa pela cabeça, tal como não me passou contra os Renegades, tal como não passou contra os Crusaders. As únicas coisas que nos interessam é estarmos preparados para o jogo e o querer ganhar. 

Ao longo da época nós (Tudo sobre Futebol Americano) fomos destacando a dificuldade que é ter o teu papel: treinador principal, coordenador ofensivo, quarterback. Podes falar um pouco de como é estar nesse papel, quais as maiores dificuldades e como as tentas ultrapassar?

Como tem acontecido nas últimas épocas, as funções são acumuladas, e não é algo que goste muito. Porque sei que, vou falhar aspetos em um dos papéis, porque não consigo substituir três pessoas apenas com uma.

A maior dificuldade está no feedback que é preciso dar para corrigir algum aspeto, durante os treinos em certos momentos, mas que não consigo porque estou a desempenhar o papel de Quarterback.

A gestão pré-jogo, como planeamento e preparação para o adversário, tem melhorado este ano com a ajuda do Leandro Veal onde me ajudou a simplificar aspetos que eu tornava mais complexo do que era; ter assistentes a gerirem as suas áreas ajuda-me a retirar responsabilidades como em gestão de Linha Ofensiva com o Ricardo Rodrigues; na defesa, dar feedback e ajudar na preparação os Co-Coordenadores Defensivos, o Leonardo Morais e o Afonso Lucas, com a ajuda do Afonso Coutinho que ajuda nas substituições durante os jogos.

Ou seja, basicamente, tento fazer o trabalho quase todo antes do jogo, e deixar tudo praticamente preparado, para no dia de jogo ser mais fácil, onde tenho que me concentrar no Play calling, substituições no ataque e, a gestão e decisões de jogo como chamadas de Timeout, onde até mesmo nesse aspeto é tudo “ensaiado” na minha cabeça, para antecipar e saber o que fazer quando for necessário.

Nos últimos 4 jogos entre as duas equipas cada equipa ganhou 2 jogos e todos esses jogos terminaram por diferencial de 5 pontos ou menos, 3 dos jogos por apenas 1 ponto de diferença. Consegues explicar-nos o porque deste equilíbrio tão forte entre as equipas desde 2022?

Cada jogo é único, e mesmo os jogos com essas margens tão curtas, tem histórias diferentes entre eles. Normalmente, tem haver com os “matchups” que existem entre as equipas, a preparação e as equipas se conhecerem muito bem uma à outra, que leva a este equilíbrio e a que não haja tantos pontos marcados, e a uma maior divergência no resultado final.

Que jogador da tua equipa, um ofensivo e outro defensivo, achas que pode ser o FACTOR X para os Devils ganharam o campeonato?

Do lado ofensivo, diria que os fatores X serão os nossos Offensive Guards, que ainda não temos definido para o jogo a 100%.


Do lado defensivo, será o Floris Cauwenberge, que tem sido um dos destaques da defesa, e faz a diferença quando está em campo.

Queres deixar-nos o teu prognóstico para o jogo? (Resultado final, quem marca os vossos touchdowns e MVP da partida?

Claro que espero que a vitória sorria aos Devils no final do jogo.

Quem marca os touchdowns é indiferente, mas quem marcar mais no final do jogo, será o mais provável vencedor do prémio de MVP. 

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