O futuro da Federação Portuguesa de Futebol Americano

No final de Junho as equipas de futebol americano reuniram-se para eleger o novo presidente, e direção, da Federação Portuguesa de Futebol Americano. Em cima da mesa haviam duas propostas e dois caminhos, um liderado pelo Pedro Esteves e o outro por Vasco Sousa. 

Ambos com uma ligação forte ao futebol americano em Portugal, dois nomes conhecidos e com ligações a outros projectos, e o eleito acabou por ser Pedro Esteves e a sua equipa de trabalho.

Tivemos a oportunidade de lhe lançar algumas perguntas e deixamos aqui as respostas para que possamos todos ter visibilidade daquilo que será o futuro do Futebol Americano em Portugal.

Pedro, em primeiro lugar, parabéns pela eleição para presidente da Federação Portuguesa de futebol americano. O que representa isto para ti?

Obrigado. Considero este passo como uma nova oportunidade para poder continuar a fazer o que sempre me deu prazer: evoluir o futebol americano e Flag Football em Portugal, e dar melhores condições a todos os seus intervenientes. Agora, com o estatuto de Presidente da FPFA, e como o apoio dos membros que compuseram a minha lista e que também foram eleitos, sinto-me munido para dar um contributo ainda maior à modalidade!

Quais vão ser as tuas prioridades para o primeiro ano do teu mandato?

No meu ver, o primeiro passo está dado: Temos uma estrutura sólida, com membros extremamente capacitados nos vários órgãos, e que se sentem motivados em mudar a forma de trabalhar dentro da Federação e o paradigma da modalidade no país.

Agora é tempo de (e de uma vez por todas), “arrumar a casa”, o que, só por si, irá requerer muito esforço e entreajuda!

São inúmeras as àreas às quais precisamos de conseguir dar resposta muito em breve: apresentação e aprovação do relatório e contas; revisão dos estatutos; criação de ações de formação que nos permita aumentar o número de árbitros e melhorar o nível dos mesmos; criação de um plano de comunicação para a FPFA, que inclua a reativação do website e criação de conteúdo regular (e de qualidade) que alimente as redes sociais; revisão do modelo competitivo do “torneio de fundadores”, ou achar outros modelos de competição, que permitam que todas as equipas tenham o mesmo nível de preparação para a LPFA; apoiar o grupo de trabalho ligado ao Flag Football nas suas ações de promoção da modalidade, bem como na preparação para competições nacionais e/ou internacionais… (e a lista continua).

Acima de tudo, quero criar as condições para que se encontre a estabilidade dentro da FPFA, e que os clubes sintam isso mesmo.

Em termos competitivos tivemos a edição mais equilibrada da história da LPFA que terminou na final com menor diferença pontual. No teu entender precisamos de mais equipas, ou de ainda maior qualidade nas equipas na LPFA?

No meu ver, e numa primeira instância, temos de conseguir solificar o que temos, e isso significa certificar que a Liga e as próprias equipas conseguem encontrar e manter-se numa situação estável, a todos os níveis. Se as equipas não encontram o equilíbrio interno, isso irá ter repercussões na sua performance dentro de campo. Além disso, ao longo dos últimos anos, temos assistido a um decréscimo acentuado do número de equipas participantes na LPFA. Estaremos apenas a desgastar-nos e a “queimar recursos” se nos focarmos no aumento do número do equipas, sem ter um plano de sustentação das equipas já existentes.

Em termos do modelo competitivo, pensas promover mudanças ou manter o que tivemos?

No meu ver, devemos criar um modelo competitivo, sobretudo de pré-época, que garanta a todas as equipas o mesmo número de jogos, com vista a uma preparação equitativa para a LPFA. O modelo utilizado na última edição do torneio de fundadores premeia quem vence, oferecendo a possibilidade de jogar mais jogos. Já as equipas que perdem, ficam automaticamente excluídas dessa competição.

Quanto à próxima edição da LPFA, e se o número de equipas participantes for o mesmo, sou a favor que se mantenha o mesmo modelo competitivo.

Qual a tua opinião sobre o Torneio Fundadores? Irá fazer parte do teu plano competitivo para 24/25?

Tal como já abordei na pergunta anterior, sou da opinião que se deve rever o modelo competitivo do torneio de fundadores para que as equipas tenham o mesmo número de jogos na pré-época, e a preparação seja feita de forma equitativa. No entanto, vejo grandes vantagens em que se realize apenas jogos amigáveis, ao invés do torneio de fundadores. Os jogos amigáveis permitem às equipas decidirem com quem jogar e quando jogar. Portanto, só em termos logísticos, seria uma revolução que beneficiaria imenso as equipas. Este modelo não obriga as equipas a realizarem viagens longas, eliminando os custos que essas mesmas viagens possam implicar. Por último, estes jogos podem ser utilizados como parte (obrigatória) do programa de formação dos árbitros, o que também permite eliminar este custo às equipas e retira o peso/stress a eventuais novos árbitros de um jogo oficial. No entanto, este será um tema a ser discutido, em breve, com todas as equipas.

Que lugar terá flag football nos teus planos?

O Flag Football tem ser visto como um dos pilares do desenvolvimento do Futebol Americano em Portugal. Além disso, não nos podemos esquecer que o Flag Football fará parte do leque de modalidades Olímpicas já em 2028. Desta forma, fiz questão de convidar para a estrutura da Federação, elementos com um longo currículo em projetos ligados ao Flag Football, tais como Francisco Pereira (um dos fundadores da Liga Portuguesa de Flag Football), Ana Rita Norinho (jogadora de Flag Football) e Elena Lipilina (organizadora de múltiplos eventos e torneios de Flag Football). Vamos definitivamente focar parte dos nossos recursos e tempo na promoção desta modalidade, com vista ao aumento do número de equipas e praticantes. Temos igualmente de trabalhar para obter o estatuto de Federação e Utilidade Publica desportiva o mais rapidamente possível, para podermos sonhar com uma qualificação para os próximos Jogos Olímpicos. Por último, e não menos relevante, queremos que o Flag Football seja englobado no programa nacional de desporto escolar.

Alguma palavra final para todos os amantes de Futebol Americano em Portugal?

Quero agradecer todas as mensagem de apoio aquando o anúncio da minha nomeação como Presidente da FPFA. É um prazer e uma honra representar todos os adeptos de Futebol Americano e Flag Football em Portugal, incluindo jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes. É uma posição que me traz uma grande responsabilidade, mas estou convicto que iremos conseguir dar mais visibilidade a estas duas modalidade que tanto nos apaixonam! Gostaria ainda de referir que estou disponível e interessado em receber todo o tipo de feedback e discutir qualquer assunto relacionado com a FPFA e o futuro do nosso desporto. Para tal, basta enviarem uma mensagem para as nossas redes sociais ou para o email da federação: [email protected].

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