À porta de mais uma edição do NFL Draft, a incerteza volta a ser rainha – e ainda bem. É essa margem de dúvida que faz destes dias um dos momentos mais empolgantes do calendário da NFL. Para além dos nomes de topo que ocupam os holofotes, há uma série de jogadores que, por características físicas, talento em bruto ou contexto competitivo, podem surpreender. O potencial está lá, mas é preciso mais do que isso para brilhar..
Neste texto, temos uma análise a alguns desses talentos – jogadores que não vão estar no Top 10, talvez nem na primeira ronda, mas que, no ambiente certo, podem vir a ser titulares (ou mais) na NFL. Uns são projetos atléticos, outros são jogadores com alto QI de jogo. Uns brilham em áreas muito específicas, outros precisam de trabalho técnico para poderem ser relevantes.
Aqui, o foco é perceber o que cada um pode ser. Porque no Draft, o que conta não é apenas quem és hoje, mas quem podes vir a ser.
Darien Porter, CB, Iowa
Protótipo de Super Atleta na posição de Cornerback. Tem o tamanho, físico e velocidade para ser um dos melhores. Principalmente, é um jogador muito cru com apenas um ano de produção e isso nota-se em várias facetas do seu jogo. Na defesa à zona, é um jogador que sabe utilizar o seu físico para poder cobrir muito espaço e ao mesmo tempo ser bastante eficaz no ataque à bola. Como antigo WR que é tem ótimos ball skills. Precisa de aperfeiçoar o seu trabalho de pés em man coverage, onde também falha bastante tecnicamente. Para o tamanho que tem e para o número de vezes que o joga, não sabe jogar press e usa muito pouco as suas mãos. Técnica de placagem também é algo a aperfeiçoar tal como o respeito pelas extremidades.
Omarr Norman-Lott, IDL, Tennessee
Começamos logo por uma questão, porque é que jogou tão poucos snaps? É esquema ou capacidade? Eu acredito que seja esquema por que um jogador que tem esta capacidade de fazer pass rush (principalmente) tem de estar dentro de campo. Não é o jogador mais possante nem mais forte, mas sabe usar o seu corpo e peso para sua vantagem – boa leverage. Tem um ótimo primeiro passo que lhe permite fazer o que quiser, perante um adversário, com uma boa combinação entre pés e mãos. É um jogador capaz de ser eficaz contra a corrida, mas pode passar mal contra esquemas de corrida mais verticais. É um jogador muito ativo que procura sempre finalizar a jogada.
Demetrius Knight, LB, South Carolina
Jogador eletrizante com tamanho da NFL. Jogador muito explosivo, ainda que tenha uma velocidade mediana, que confia no que vê e ataca muito bem o portador da bola. Muito bom a iludir bloqueios, quer seja em velocidade ou força. Bastante bom em zona, com boa capacidade de entendimento de rotas e boa leitura dos olhos do QB. Menos capaz homem a homem, com alguma debilidade física e não acrescenta muito em blitz. É um jogador muito instintivo que percebe muito bem o que está a acontecer à sua frente e por isso está sempre à volta da bola.
Jaylen Noel, WR, Iowa State
Jogador que vai alinhar maioritariamente na Slot mas com versatilidade para fazer jogadas Outside. A velocidade é legit e é muito bem utilizada, tanto em rotas longas como em rotas a cruzar o campo. Uma agilidade acima da média que é bem demonstrada na saída para a rota, bem como nos vários momentos da própria rota. Muito capaz de jogar no meio do campo com a agressividade e inteligência necessária. Com a bola na mão é um autêntico demónio.
Billy Bowman, Safety, Oklahoma
Playmaker muito instintivo com a versatilidade para ir alinhando pela secundária. Falta de tamanho é um problema e isso nota-se nas bolas 50/50. Muito fluído a nível de mobilidade, sendo capaz de jogar homem a homem contra receivers mais rápidos e ágeis. Tem algumas placagens falhadas, mais por angulo ou agressividade do que propriamente técnica. A defender à zona é um constante playmaker, com ótimas leituras e um excelente ataque à bola.
RJ Harvey, Running Back, UCF
Corpo muito compacto com capacidade de lidar com a agressividade da NFL. Boa velocidade, agilidade e contact balance o que o torna um jogador difícil de placar. Salta muitas vezes para fora, quando deveria ser em frente ganhar o que a jogada lhe dá. Jogador com bastante força e agressividade para o tamanho que tem e demonstra a capacidade de se manter paralelo pelos gaps. Um sólido receiver, que irá ser melhor na NFL. Claras dificuldades a nível do bloqueio do QB.
Cam Skattebo, Running Back, Arizona State
Baker Mayfield dos RBs, É mais do que uma história bonita. Contact balance de elite, carrega adversários pelo campo se for preciso. Boa visão de jogo e é mais elusivo do que aquilo que aparenta. Corre de uma maneira muito agressiva mas precisa de melhorar a segurança da bola. Boa explosão inicial mas falta velocidade topo e aparenta ter uma agilidade mediana. Como receiver acabou por ser utilizado de uma maneira algo básica, pode ser mais dinâmico na NFL.
Seth McLaughlin, Center, Ohio State
Vamos meter a lesão de parte e avaliar puramente o jogador. Conhecimento acima da média, percebe tudo o que o adversário está a fazer e organiza a sua linha ofensiva. Em corrida, muito bom em combos e com a capacidade de fazer reach blocks, quer pelo trabalho de pés, quer em força. Demonstra alguma capacidade de fazer pulls e de ir ao segundo nível. Muito inteligente na colocação e timing das mãos, especialmente na proteção de passe para tentar esconder a falta de envergadura.
Tory Horton, Wide Receiver, Colorado State
Atleta mais fluido do que propriamente rápido e explosivo, com uma ótima agilidade. Muito bom a correr rotas, mudando de velocidade, movimentos de corpo e jinga. Dúvidas se tem capacidade de lidar com press. Versatilidade para jogar pelo campo todo e apresenta umas mãos muito suaves e sólidas, Ainda que tenha alguma dificuldade em bolas contestadas. Lê muito bem o jogo, percebe bem zonas e é o melhor amigo do quarterback.
Anthony Belton, Offensive Tackle, NC State
“Grown Man” com uma envergadura incrível. Mãos pesadíssimas e muito fortes no contato. Tudo o que faz é com base na sua capacidade atlética, tanto no passe como corrida. Muito “pinheiro”, leva-o a impulsionar-se ou apoiar-se, perdendo a leverage toda. No seu pass set, os calcanhares tocam-se o que expõe totalmente contra um power move ou tira a oportunidade de reagir a um counter move. Abusa da pancada a 2 mãos e não consegue recuperar se falha. Tem a mentalidade desejada para jogar linha ofensivo.