O caminho dos campeões em título seguiu o mesmo alinhamento da época passada, invictos. Com seis jogos, seis vitórias, e com um foco redobrado em revalidar o campeonato e título.
Os Cascais Crusaders seguem invictos na 13ª edição da LPFA e seguem numa sequência de 17 jogos consecutivos sem saber o que é perder. A última derrota dos Crusaders foi nos playoffs da 10ª edição quando perderam (13-12) diante dos Lisboa Devils.
Nesta temporada o domínio do campeão em título continuo e começou no reduto dos Lisboa Lions quando venceram (28-20) num dos jogos mais vibrantes da competição, mas onde os Crusaders foram metódicos e pragmáticos no controlo de jogo, no controlo de relógio.
Seguiram-se duas vitórias dominantes, contra rivais históricos, ao vencerem os Lisboa Navigators (34-8), na vitória mais dilatada da história contra o rival, depois receberam os Salgueiros Renegades e venceram (41-18) numa partida que também foram controlando o tempo de jogo e somando pontos, capitalizando com os erros do adversário.
O quarto jogo da temporada ditava um duelo contra os Lisboa Devils, e uma vitória por uma posse (21-13), numa das partidas mais bem disputadas a nível estratégico da fase regular da competção, onde os Crusaders revelaram ter mais sapiência e calma nos momentos fundamentais da partida.
Após isso uma vitória em estilo dominante diante dos Maia Mutts (35-0), onde em todos os níveis conseguiram conter o seu adversário. A terminar a fase regular, seriam os Braga Warriors que acabariam por tombar (21-12), mas não sem antes darem um susto aos Crusaders, numa das partidas menos bem conseguidas do seu ataque na temporada.
Os protagonistas…
Alguns nomes a destacar para a equipa dos Cascais Crusaders que sempre teve a sua cultura, mas a realidade é que depois da forte aposta em juventude em 2017/2018, tem colhido os frutos num plantel repleto de “jogadores de futebol americano”.
A nível ofensivo o Matias Manuel é o maestro dentro do relvado, uma ligação forte ao seu treinador principal, Paulo Terrinca, ambos são quem impõe o ritmo e batida do seu ataque. A nível de jogo terrestre temos Salvador Bolzoni que tem tido uma época atormentada por lesões, mas quando está saudável é um problema para os adversários, temos igualmente João Branco e ainda João “Train” Marques quando é preciso.
O jogo de passe é encabeçada pelo “Cooper Kupp” português, Francisco Lory, um atleta que é capaz de fazer tudo, e fazer tudo bem, desde bloquear, correr com a bola vindo do backfield, receber passes simples, passes complicados, tudo o que possam pedir, ele faz. Mas existe também a ascensão de Pedro Balle, Marcos Heleno e o regresso de Duarte Cruz que complementam este grupo de atletas muito bem.
Impossível não destacar também a linha ofensiva dos Crusaders onde existem cinco jogadores muito completos, sempre em sintonia e todos eles capazes de tomarem conta do jogo. Aqui destacamos o ineviável João Inácio e o seu colega de posição, e primeiro nome, João Barros.
Já no plano defensivo são uma defesa “baunilha”, mas uma “baunilha premium”. E porque? Bem, apesar de todos sabermos aquilo que vão efectivamente fazer, fazem-no muito bem e com uma confiança e sabedoria muito própria. Na linha defensiva o principal disruptor é João Branco, um dos tais jogadores de futebol americano, mas também temos João Miranda que é outro elemento muito experinte desta unidade.
Mas esta equipa não vive apenas de “João”, também temos o José, José Sarsfield que ao longo dos anos se tem tornado um dos melhores jogadores em Portugal e é uma das peças fulcrais da sua defesa.
Já mais recuado o grande destaque vai para Patrick Mussi que tem sido um “ball hawk” com imensas intercepções na temporada e sempre com faro para a bola. Destaque ainda a Pedro Vicente, uma verdadeiro “jack of all trades” bem como Francisco Felício que teve bons apontamentos ao longo da temporada na posição de cornerback.
Um olhar pelos números…
Os Cascais Crusaders chegam a esta fase da competição como a segunda equipa que mais pontos marca (180) e a equipa que menos pontos sofre (71). Importante ainda destacar que nunca sofreram mais de 20 pontos ao longo da temporada, num só jogo, sendo que esse máximo foi logo na primeira jornada diante dos Lisboa Lions.
Têm 14 jogos na fase a eliminar sendo que ganharam 6 desses jogos com 54% de vitória.
Se os números nos mostram algo é que os Cascais Crusaders são uma equipa que entra em campo a saber aquilo que quer fazer, vai entrando no jogo e conseguindo somar pontos, usa o intervalo para ajustar e no terceiro quarto geralmente colocam o “ponto final” no jogo.
Alguma preocupação para o facto de terem apenas dois touchdowns e quinze pontos no último quarto, mas também revela que nunca se deixaram estar em apuros e geralmente controlam o resultado, controlam o jogo.
Tal como os Lisboa Devils são a equipa que mais touchdowns marca, 26, sendo que têm o melhor registo de entre todas as equipas na entrada das segundas partes.
Já no plano defensivo são uma equipa que sofreu apenas um touchdown no primeiro quarto, mas no segundo é quando tende a sofrer mais. Tal como os Devils têm apenas 11 touchdowns sofridos ao longo dos seis jogos disputados.
Nos últimos cinco jogos da fase a eliminar, ganharam dois e perderam três, sendo que as vitórias chegaram na última edição da competição quando também triunfaram na grande final e levantaram o seu primeiro troféu da LPFA numa vitória esclarecedora diante dos Lisboa Devils.
Será que o caminho dos Crusaders irá continuar? Quem se irá assumir como protagonista? E qual a influência dos números para a partida diante dos Maia Mutts?